quinta-feira, 12 de abril de 2012

FAÇO TUDO POR AMOR (CAP 7)


Fiquei por algum tempo olhando meu amor se afastar. Um pouco tarde demais, descobri que adorava o jeito que o Nando caminhava. Só após ele ter dobrado a esquina foi que saí da inércia. Entrei devagar no prédio, ignorando os olhares curiosos do porteiro devido a minha péssima apresentação. Quando pus os pés dentro de casa, Rafaela apareceu. Ela segurava um copo de leite e demonstrou alívio ao me ver viva.

− Você está horrível!
− Estou me sentindo muito horrível – confessei atirando−me no sofá. O contato da pele com o tecido me fez gemer.
− O que você aprontou? Quem é ele?
− Ninguém.
− Você passou a noite com um “ninguém”? – debochou Rafaela. – Me conta quem é.

Sem revelar o nome, contei por alto tudo o que havia se passado desde a meia noite até aquele momento. Minha irmã logo reparou que eu estava bem balançada.

− Vocês combinaram de ser ver mais tarde?

Balancei a cabeça bem desesperançada.

− Passei meu número do celular.
− Ah, isto foi legal.
− Mas ele não tinha onde anotar.
− E como o cara fez então?
− Guardou na memória.

Após tomar um gole do leite, Rafa veio com a facada final:

− Ele não vai ligar para você.
− Quer parar, por favor? – gemi, sentindo minhas costas arderem finalmente.
− Cai na real, Paulinha. Você passou uma noite com ele, se curtiram e tchau. Cada um na sua.
− Ele gostou de ficar comigo.

Comecei a ficar enjoada. Levantei, peguei meu celular e o deixei ligado. Rafaela observou meus movimentos e perguntou:

− Esse cara tem namorada, noiva ou qualquer grude do tipo?

Lembrando do perfil de Nando no Facebook, respondi desanimada:

− Deve ter. Ele é muito bonito para ficar sozinho.

Meu beiço caía até o dedão do pé e lágrimas vieram aos meus olhos. Para que minha irmã não reparasse minha cara de choro, eu avisei sem olhar para ela:

− Vou tomar um banho gelado.
           
Só fui chorar debaixo do chuveiro, com a água fria aliviando minhas queimaduras. O celular ficou estrategicamente fora do box, caso ele resolvesse ligar. Óbvio que o Nando não ligou. Aquela altura ele devia estar dormindo, sem nem lembrar mais do nome da maluca que havia passado a noite com ele. E eu resolvi fazer o mesmo. Fechei as janelas do quarto que eu dividia com a Rafa, liguei o ventilador e dormi a tarde toda.

Acordei pior do que quando deitei.




2 comentários:

  1. Acho que todos nós já passamos por momentos assim, faz parte da vida. Seu texto foi lindo e eu amei o seu blog, estou seguindo! Seria uma honra ter você por lá tbm viu? Beijão, www.spiderwebs.tk

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  2. Querida, muito obrigada! Visitei teu site e achei muito interessante e bem escrito. Vou passar lá mais vezes. Bjs!

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